GENPEX: Relatório
Estavam presentes: Patrícia Lima, Igor, Jaqueline, Randiê, Fernanda, Roger, Cris, Jaime, Nirce, Patrícia Tôrres, Marcos e Julieta. Refizemos a lista dos lanches para as próximas duas semanas: 12/05 – Jaime, Marcos, Wagner e Ângela; 26/05 – Cris, Roger, Igor e Jaqueline;
Taguatinga – Casa de Semiliberdade:
Os encontros acontecem as terças e quartas no período da tarde e na sexta pela manhã. Na terça feira foi realizado o primeiro passo para a realização do estudo de caso: entrevista com a Vanessa (Pedagoga da Unidade) para identificarmos o objeto de estudo. Na casa existem dos psicólogos, dois assistentes sociais e um pedagogo, que possuem dificuldade na integração em relação ao trabalho a ser desenvolvido na Unidade. O ambiente e as pessoas responsáveis por cada função não propiciam esse trabalho mútuo, apenas a Pedagoga que incentiva essa mudança de postura no corpo administrativo da Unidade. Outro conflito que se constatou é a desarmonia entre funcionários que foram admitidos por concursos de nível superior, principalmente quando o assunto está relacionado com o poder dentro da Unidade, esquecendo o verdadeiro foco do trabalho que são as crianças e adolescentes que cumprem medidas sócio educativas. Assim percebe-se a falta de consciência coletiva dos membros da casa para melhor resultado no trabalho desenvolvido pela equipe. Devido a essa falta de integração entre funcionários, os relatórios que descrevem o comportamento dos garotos que são enviados para os juízes são desarticulados, como diz a própria Pedagoga parece uma “colcha de retalhos” quando se obtém de forma integral. A mudança de jurisdição também foi comentada, sendo antes coordenada pela Secretaria de Justiça e agora, no governo Agnelo, pela recém criada Secretaria da Criança e do Adolescente. Posteriormente, se discutiu a necessidade de marcar uma reunião com o secretário para que se encaminhassem alguns pontos em relação à Casa de Semiliberdade. A Nirce sugeriu que se deixasse uma câmera com os garotos para que fosse produzidos vídeos a partir do olhar de cada garoto, em seguida com o avanço do trabalho iríamos entrevistar os garotos, para desencadearmos o silêncio e a correção da postura, além da construção de uma melhor auto-estima. Essa filmagem consistiria em alguns propósitos: demonstrar as reinvidicações dos garotos e também dos funcionários (se possível), mostrarem o lado bom também, mas isso sendo baseado no exercício da decisão coletiva. Outra situação bastante discutida é o comportamento de vários garotos da seguinte forma: andar com a cabeça baixa e mãos para trás. Foi questionado pelo Jaime se essa auto - estima baixa não era o resultado de um sentimento opressor dos funcionários que trabalham na Casa. A Nirce nos lembrou que o objeto de estudo na Casa de Semiliberdade é a ressocialização dos garotos, e que a Pedagoga da Unidade, apesar de ser formada na UnB, não vivenciou essas discussões e experiências que temos neste momento. É imprescindível que os garotos participem das reuniões com os funcionários e com o secretário para que possam expor suas reivindicações e sentimentos.
Ceilândia – Transiarte:
Depois de realizado o encontro no Centro de Ensino médio Três, com a presença de docentes, DEJA, diretor da escola, vice diretor, Julieta, Lúcio e o mais discutido que foi a falta da representação discente na reunião. A Julieta comentou a maior disposição para discussões e opiniões das pessoas que trabalham na escola da EJA, estão de coração abertos para propostas; mas a Escola Técnica apresenta desânimo, indisposição na parte política. Outra inquietação foi a seguinte: Por quê a pessoa que agora está no poder e participou da construção do trabalho não se dispõe para ajudar? Outro dado que a Julieta nos trouxe é: 70% da população da Ceilândia não possuem ensino médio. Uma frase lembrada pelo Marcos e que sintetiza a situação é: “Quer conhecer um homem dê poder a ele.”
Paranoá – CEDEP:
Conversa sobre a conta de energia elétrica de cada aluno, discussão sobre custos, objetos e seus gastos, fontes de energia, relação custo/quantidade de aparelhos domésticos por casa e quantidades de pessoas morando em cada residência, em geral uma leitura da conta de luz. Em outro momento foi relatado a monitoria feita pelos alunos numa das aulas, de aluno para aluno, sendo uma ótima iniciativa para o grupo. Na quadra vinte e seis os educadores estão com dificuldade com os iniciantes, na alfabetização, na resposta ao ensino, falha no corpo docente. Construção do texto coletivo: conversar sobre o dia – a – dia, texto igual a conversa, anotar o que os alunos falam, depois sintetizar as falas e perguntar para eles sobre o texto que foi feito o resumo; o professor promove as relações, participação ativa, se por exemplo, o texto tiver números o educador constrói um problema matemático; provocar comparações e implicações; verificar se o texto que está no quadro condiz com a fala deles do cotidiano. Na alfabetização começar por palavras mais fáceis, por exemplo: “banana”, que ao final repete consoante, vogal, consoante e vogal; e depois introduzir palavras mais difíceis, por exemplo: “carro”, mudando do som da consoante “r”; A Julieta comentou sobre uma aluna que fez a comparação da letra “f” com um prendedor de roupas, relatando a comparação feita pelos alunos ao cotidiano e leitura individual de cada letra do que representa pra si. A Professora Patrícia Tôrres sugeriu que os educadores trouxessem objetos que fossem comuns a vida deles e de manuseio diário como: embalagens, panfletos, jornal, revista, conta de luz, água, telefone e etc. Os alunos as vezes conhecem a letra, mas não conseguem ler, tendo que circular essas letras ou palavras para que se trabalhe em cima disso. Uma questão levantada pelo grupo na reunião foi a seguinte: Como os alunos fazem a leitura básica do dia – a – dia, como o número do ônibus a ser pego, embalagens, datas de validade, remédios?
O trabalho com algumas turmas possuem como consequencia o surgimento de situações problema desafio. Iluminação e Segurança Pública foram bastante discutidas na reunião, sendo a iluminação conquistada pelo voto e educação e segurança como imposição num fórum com trinta e duas pessoas. A iluminação foi o assunto com maior prioridade entre os alunos para conversar com o administrador. Mas muitos alunos estavam sem propriedade para discutir o assunto com o administrador, por isso surgiram apenas alguns encaminhamentos, abaixo assinados e reclamações a serem feitas para a ouvidoria da companhia responsável pela energia elétrica da região. No CEDEP quando o assunto foi educação, alguns alunos levantaram a seguinte situação: Os pais não podem mais educar seus filhos do jeito que querem por causa das leis. Sendo este comentário uma ideia para trabalhar as leis trabalhistas, constituição, estatuto da criança e do adolescente (ECA) e etc. O transporte e o voto vencido são fatores que estimulam os discentes a participarem dos fóruns, assim como as avaliações durante as aulas.
Num quarto momento a Professora Patrícia Tôrres nos apresentou a sua tese de doutorado com o seguinte tema: “A alfabetização a partir dos conhecimentos matemáticos de jovens e adultos”; sendo entregue dois documentos que esquematizam o trabalho. Durante a apresentação foram feitos consentimentos e opiniões do grupo sobre o trabalho. Ao final da apresentação foi entregue um folder com a programação do Encontro da Comunidade da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília: Ressignificando o projeto acadêmico do curso de Pedagogia a ser realizado entre dezoito e vinte e um de maio na Faculdade de Educação. Para encerrar o encontro se realizou o abraço mútuo onde cada um falou uma palavra que representava o que estava sentindo no momento, algumas palavras ditas foram: alegria, desafio, construção e inquietação.
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