Relato da reunião de julho de 2010

O encontro teve início às 15h do sábado, dia 10 de julho de 2010.
Presentes: Julieta, profa Fátima, prof. Renato, Ângela, Guilherme, Wagner, Airan e Cléssia.

Proposta de Pauta:
Informes
Situação do levantamento das Revistas
Publicação e participação em eventos
Folder do GENPEX
Lista de contatos
Atualização do Currículo Lattes
Brazlândia

Pauta real
Participação da Professora Fátima no GENPEX
Atuação de Cléssia e Airan no curso de extensão em EJA da EAPE

Iniciamos com a leitura da poesia do nosso querido Sílvio. Envio, abaixo deste relato, a poesia.

Wagner, bolsista do GENPEX, informa sobre o Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia - ENEPE a se realizar de 17 a 24 de julho de 2010, na Faculdade de Educação, da Universidade de Brasília. A temática do encontro é Educação Básica e Práticas Pedagógicas: Relações Possíveis

Prof. Renato reforça que o ENEPE faz parte do ano letivo, conforme aprovação do conselho da Faculdade de Educação.

Julieta informa que a coordenação do ENEPE está organizando uma visita ao CEDEP.

Maiores informações sobre o ENEPE podem ser encontradas no site http://www.enepebrasilia2010.com.br/blog

Prof. Fátima coloca suas dificuldades em participar do GENPEX, especificamente do trabalho em Brazlândia. Diz que não poderá contribuir mais com o grupo. Diz que, em alguns momentos, sente-se uma intrusa. Está tendo dificuldades em encontrar Nirce e as demandas da Faculdade de Tecnologia também estão enormes. Compromete-se em estar mais atuante no próximo semestre.

Julieta coloca que nunca sentiu a prof. Fátima como uma intrusa no grupo, pelo contrário, sempre achou que as considerações feitas por ela estavam totalmente sintonizadas com o coletivo do GENPEX.

Renato diz entender as dificuldades sentidas por Fátima, mas ressalta a importância de se iniciar o processo. Resgata todo o histórico de lutas, 20 anos, dentro da Faculdade de Educação, e os desafios atuais em se tornar hegemônico, frente aos currículos tradicionais. Ressalta, porém, que hoje já vencemos algumas batalhas e já temos mais quadros, pessoas, formadas pela Universidade e comprometidas com as camadas populares.


Prof. Renato ressalta ainda o esforço feito para mudança do próprio currículo de Pedagogia. Atualmente, os projetos de extensão já são curriculares.

Prof. Fátima ressalta que os estudantes das engenharias chegam com vontade de contribuir socialmente, mas o excesso de burocratização e institucionalização prejudica essas vontades.

Julieta pontua a importância da presença da profa. Fátima para esses estudantes que possuem interesses em contribuir com a sociedade. Ela, como professora da Engenharia, é fundamental neste processo. É uma luz para esses estudantes.

(Airan e Cléssia chegam à reunião)

Prof. Renato aproveita a chegada de ambos para trazê-los como exemplo de toda essa conquista de quadros.

Prof. Renato lembra ainda a construção e realização do curso de Especialização dado pela UnB em parceria com a Secretaria de Educação. Foram formados cerca de 300 professores especialistas da Secretaria. Porém, somente agora, em 2010, depois de formados os nossos quadros, conseguimos constituir um curso de especialização em uma perspectiva diferente da tradicional. Ressalta, a importância da formação de quadros.

Prof. Fátima diz que todos têm razão. Informa sobre o Primeiro Encontro de Engenharia, Tecnologia e Sociedade, 13 a 14 de julho, no Auditório da Faculdade de Tecnologia. Fala da importância da participação do GENPEX neste espaço. Diz que estará em uma mesa “Plano Nacional de Habitação e Desafios”, dia 14/07, às 14h15.

Fazemos novamente a leitura da poesia do Sílvio, agora, com todos os presentes.

Guilherme também informa sobre sua participação no encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Lingüística – ANPOLL, em Belo Horizonte. Participou da mesa: linguagem e exclusão. Apresentou um trabalho de intervenção realizado juntamente com duas professoras que participaram do seu curso de extensão na UnB. Ressalta que subverte a lógica do encontro ao colocar neste painel duas professoras que não possuem doutorado.

Cléssia ressalta as conquistas e os desafios da Educação de Jovens e Adultos na gestão do colega José Edílson. Diz que está na EAPE trabalhando no curso de 60h para os professores da EJA. A demanda para o curso é de 1500 pessoas. Houve um intenso trabalho da coordenação de EJA para sensibilização e divulgação nas escolas. Destaca a riqueza do trabalho e as dificuldades nas relações sociais com o grupo da EAPE. Diz que percebe uma falta de maturidade. O nome do curso criado é: Construindo práticas educativas na modalidade EJA: concepções teórico-metodológica.

Cléssia reforça a necessidade de ajuda para a criação do curso. Informa que os cursos (Construindo I e Construindo II) serão oferecidos manhã, tarde e noite. Está com a responsabilidade de construir o curso de Alfabetização. Como seria esse curso? Tem uma carga horária de 120h (presencial e não presencial).

Airan e Cléssia relatam que a EAPE está se tornando um Instituto Superior de Educação. A secretaria de educação já possui 600 mestres e 60 doutores. Número suficiente para criação de uma faculdade. A “EAPE superior” (extensão, graduação e pós-graduação) vem em contraponto à privatização da EAPE.

Cléssia diz que durante o recesso fará o curso e pede a ajuda ao GENPEX.

Wagner informa rapidamente o andamento do levantamento das revistas.

Renato reforça a necessidade de publicação e atualização da lista e currículos lattes do GENPEX.

Finalizamos o encontro, às 17h30, com um gostoso abraço coletivo. Palavras de força para mantermos a caminhada são deixadas na roda e nos corações de todos (as).

Linda poesia do Sílvio


Pra que serve a escola, afinal?
E a EJA?
A Educação de Jovens e adultos.
O que podemos aprender?
O que queremos saber?
O que sairemos daqui sabendo?
Algo que possa modificar a nossa vida?
Algo que não nos diz respeito?

Para quem serve a escola pública, afinal?
E a EJA?
Para a classe trabalhadora
Para estas pessoas lutadoras
Que chegam aqui cansadas
E permanecem sentadas
Estudando
Matutando
Escutando
Falando
Diariamente
Todas as noites

— Preste atenção, menino!
— Preste atenção, menina!
Diz, a professora.
Não... Não...
Muitos não passaram por isso
Ninguém lhes pediu para prestar atenção
Não puderam ir à escola
Foram expulsos dela
Ou até não quiseram ir
Permanecer nela
Não se apeteciam
Que direito é esse
Que nos tiram
Sem nunca ser de fato nosso?

AH! Escola pública!
AH! Democracia!
AH! Cidadania!
Que me faz permanecer no ponto de ônibus
À deriva
Qual deles eu pego?
O azulzinho?
O amarelinho?
Que número é este?
Que nome é este?
A vida é dura
É a luta
É a vida

Mas agora os que aqui chegam
Trazem sua história de vida
Seus caminhos
Seus percursos
Sua luta pela vida
Vêm aprender a ler a palavra
Juntar com a leitura de mundo
Mesmo aqueles e aquelas que desistiram
Por problemas em casa
O machismo
Por problemas no trabalho
O classismo
Ou até mesmo por problemas na escola
Não importa
Estão aqui todos e todas
Vieram aprender a ler a palavra
Juntar à sua leitura de mundo

Sábio, Paulo Freire
Sábio, Renato Hilário
Estamos aqui todos
A ensinar
E a aprender
A aprender
E a ensinar
A vida é dura
Mas lutamos para superar os obstáculos
E deveremos lutar para transformá-la
Queremos continuar a aprender
Queremos continuar a ensinar
Para aperfeiçoar nossa leitura da palavra
Para aperfeiçoar nossa leitura do mundo
Quem sabe até para transformá-lo
Seria para isso que serviria a EJA?
A Educação de Jovens e Adultos?
Seria?

Parabéns a todos e todas vocês que já superaram o principal desafio,
Que é o início
Ou o reinício.
Parabéns!


Abraços com carinho,
Silvio